Perdi a conta de quantas vezes a vida me trouxe de volta sentimentos- bumerangues.
Pérolas que as ondas esquecem entre meus pés.
Na motivação de novas fases e interesses, os mesmos sonhos.
E segundos após anos e segundos após segundos,
A mesma boca está ali, com outro beijo e outras palavras...
É como ver mensagens subliminares num quadro antigo.
Minha boca também se cansou das mesmas palavras,
Agora, não só o coração fala por ela.
É um misto de experiência e inocência
Que se pede ao caráter e também a Deus que não se perca por completo.
São reveses da própria alma no mesmo degrau, com sapatos diferentes.
E se como não bastasse o jogo ter novas regras, também inclui lembrar-se das velhas jogadas que deram errado.
Ciclos de poeira encobrem páginas em branco.
Um teste de fé, quem sabe.
Ou apenas fugas, que de reconfortante mesmo, só existe o passado.
Independentemente de toda racionalidade de um momento,
Lembranças são etéreas, como sonhos.
Prefiro então entrar no teu abraço de olhos abertos,
Que esta noite eu não vou sonhar pesadelos,
E ainda vou acordar sonhando...